BALADA PARA O ANTÓNIO
in memoriam
aquela era a casa feliz,
o portão não tinha grades
e tu vias toda a gente
ao jardim vinham gaivotas
a mãe dizia não pousem
pois será a chuva certa
e fugias para o quarto
que tinha a janela aberta
esperando o amigo fiel
o pescador dos segredos
que surgia de repente
e te embarcava com ele
em noites de lua negra
em direcção ao mar alto
às grutas mais escondidas
que só ele iluminava
-Vem comigo e nunca temas,
são as águas mais antigas
será esta a nossa casa
a magia renovada
do prazer mais inocente
aqui dormiremos juntos
com as estrelas do mar
a embalar-nos para sempre...
Outono de 2013
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