Friday, August 5, 2011

Mais Poesia

Para os amantes de poesia, e que desejam o risco de escrever, que é como um risco de vida, para quem escreve, aqui deixo um poema que deve ser lido e relido, em voz alta, em voz baixa, com amor:
Sintonia para pressa e presságio
de Paulo Leminski

Escrevia no espaço.
Hoje, grafo no tempo,
na pele, na palma, na pétala,
luz do momento.
Soo na dúvida que separa
o silêncio de quem grita
do escândalo que cala,
no tempo, distância, praça,
que a pausa, asa, leva
para ir do percalço ao espasmo.

Eis a voz, eis o deus, eis fala,
eis que a luz se acendeu na casa
e não cabe mais na sala.


Nos últimos três versos temos a chave do poema e da criação poética: O Verbo, o deus da Inspiração que faz do Verbo um Dizer poético, com a luz que se acende, não na casa, não na sala -mas na alma.
É da alma que fala a poesia!

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