Um Villon português
Oh velhadas que sobrais por
aí,
Na ilusão de que viver é bom,
Despertai com os filhos,
também eles já velhotes,
Para uma nova e dura
realidade:
O mundo é das crianças, de
vozes assassinas,
De nada vos serviu educá-las
com esforço
E a preceito,
Já nada disso conta, estais a
mais na imagem,
Ninguém sabe quem fostes, ou
quem sois,
E pior, se ainda sois,
A nada tendes direito
O tempo não regride
Em carecas não ficam bem
trancinhas,
E o que sobra da gritaria vã
Já
não acorda os ais das memórias perdidas.